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Aldir Blanc - Lupicínica lyrics
- Aí, Nei, essa vai pra Valmir Gato Manso
 Amei
 uma enfermeira do Salgado Filho,
 paixão passageira, sem charme nem brilho,
 roteiro batido, romance na tarde.
 E aí, numa seresta na Dois de Dezembro,
 me perguntaram por ela: "-Nem lembro...",
 eu respondi com um sorriso covarde.
 Ouvi - que bofetada! - "Morreu duas vezes.
 Uma aqui e agora, a outra há seis meses".
 Balbuciei: "-Morrida ou matada?"
 Aldir Blanc - Lupicínica - http://motolyrics.com/aldir-blanc/lupicinica-lyrics.html
 "-Depende do seu conceito de assassinato.
 Um pobre amor não é amor barato.
 Quem fala de tudo não sabe de nada."
 Na rua do Tijolo, bloco 5, aquele de esquina,
 morou uma enfermeira com a chama vital de Ana Karenina.
 Dirá um dodói que Tolstói era chuva demais pra tão pouca planta.
 Ô trouxa, heroínas sem par podem brotar na Rússia ou lá em Água Santa...
 Aquela mulher que dosava o soro nas veias dos agonizantes
 não teve sequer um calmante pra dor sem remédio que aflige os amantes.
 Por mais que a literatura celebre figuras em vã fantasia
 ninguém foi mais nobre que a Pobre da Enfermaria.








