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Antonio Nóbrega - Romance do Aleijadinho lyrics
No tempo brasil colônia,
 Terra de brancos barões,
 Surgia um povo mestiço
 Já filhos desses torrões.
 Desejos de pátria livre
 Tomavam seus corações.
 Dentre estes brasileiros,
 Chamados de desraçados,
 Um filha de escrava negra,
 Mulato, pobre e bastardo,
 Virou mestre-entalhador,
 Ofício o mais respeitado.
 Mas um dia a doença
 Com o destino combina;
 Destrói-lhe as mãos e os pés,
 Todo o seu corpo em surdina,
 Cheio de chagas e dor,
 Passa a cumprir sua sina.
 Tinha a missão de fazer,
 Com dois formões afiados
 Bem amarrados aos punhos,
 Homens, santos, lapidados
 Da pedra e da madeira
 Tal um filho livre gerado.
 Antonio Nóbrega - Romance do Aleijadinho - http://motolyrics.com/antonio-nobrega/romance-do-aleijadinho-lyrics.html
 Eram os santos que esculpia
 Mineiros inconfidentes.
 Num apóstolo se via
 As feições de tiradentes,
 Um sonhador luminoso
 Com a terra independente.
 Do seu talhe então surgia
 Uma nova identidade
 Da pátria que se formava,
 Mestiça, sim, de verdade.
 Riscou na pedra e madeira
 Caminhos da liberdade.
 'a medida que seu corpo
 Ia se desfigurando,
 E com chagas crescentes
 Ia se despedaçando,
 O que caía no chão
 Nova terra ia formando.
 Talhando gente e frontões,
 Nas minas ele vagava,
 Visionário, itinerante,
 Uma nação inventava.
 Era um mestiço, meu deus,
 Que um brasil profetizava.









